O que parecia ser apenas uma pedra comum em uma escola de Queensland, na Austrália, escondeu um grande segredo por mais de vinte anos. Trazida de uma mina nas proximidades, ela não despertava interesse até que um paleontólogo descobriu que, na verdade, a pedra continha a maior concentração de pegadas de dinossauros já registrada no país.
Pegadas mostram agem dos répteis pelo país – Foto: Reprodução/NDEste fóssil, com aproximadamente 200 milhões de anos, preserva as marcas de 47 dinossauros diferentes, que caminharam por uma área de terra úmida. A pedra documenta 13 trajetórias distintas e diversas pegadas isoladas.
Pegadas de dinossauros são encontradas em escola 1a3p8
As pegadas, com três dedos, lembram as de aves – uma semelhança não casual, já que as aves são descendentes diretas dos dinossauros.
O paleontólogo Anthony Romilio, da Universidade de Queensland, foi o responsável por analisar a pedra, revelando a maior densidade de pegadas de dinossauros já encontrada na Austrália. “O achado oferece uma visão única sobre a abundância, os movimentos e os comportamentos dos dinossauros de uma época da qual não encontramos ossos fossilizados na Austrália”, comentou.
Pegadas de dinossauros foram encontradas em pedras em estacionamento escolar – Foto: Universidade de Queensland/DivulgaçãoO estudo foi publicado na revista Historical Biology na última segunda-feira (10). Para o estudo, foram utilizadas imagens em 3D e filtros de luz, permitindo a visualização de detalhes invisíveis a olho nu.
Em entrevista ao The Guardian, Romilio explicou que pegadas fossilizadas semelhantes já haviam sido encontradas em outras áreas de Queensland, sugerindo que os dinossauros Anomoepus, responsáveis pelas marcas, eram abundantes na região central do estado.
Após essa descoberta inicial, novas pegadas foram localizadas em outra pedra, que estava na entrada do estacionamento de uma escola local. “Esta rocha é muito maior, pesando cerca de duas toneladas, e apresenta pegadas distintas de um dinossauro um pouco maior, que caminhava sobre duas pernas e tinha cerca de 80 cm de comprimento”, afirmou Romilio. “Com isso, conseguimos obter mais informações sobre o antigo ecossistema da região”, concluiu o pesquisador.
