Como o Japão criou um desastre ecológico para erradicar as cobras de uma ilha 4d5g3

O que foi planejado para se tornar a solução para erradicar as cobras de uma ilha no Japão, na verdade virou um problema com um enorme impacto ecológico

Tudo começou em 1979 na ilha japonesa de Amami Ōshima, na província de Kagoshima. O enviou do predador errado para erradicar as cobras no lugar, mais especificadamente a serpente habu (trimeresurus flavoviridis), que representava uma ameaça para os habitantes locais, causou sérios problemas.

Para erradicar as cobras de uma ilha, o Japão traçou um plano fracassado Serpente habu (trimeresurus flavoviridis) – Foto: Xataka/Reprodução/ND

Em 1979, autoridades redescobriram o coelho Amami (pentalagus furnessi), espécie endêmica considerada um “fóssil vivo” por causa da sua antiguidade evolutiva. Antes da descoberta, todos acreditavam que o coelho estava à beira da extinção devido à perda de habitat e caça.

Para proteger o ambiente natural da ilha, o Japão lançou um plano para erradicar as cobras na ilha. O país introduziu cerca de 30 mangustos – uma espécie de mamíferos carnívoros – na ilha. O que foi planejado para se tornar a solução, já que os animais eram predadores naturais de cobras, virou um problema com um enorme impacto ecológico.

Japão lançou um plano para eliminar a população de cobras na ilha com ajuda de mangustos – Foto: Xataka/Reprodução/NDJapão lançou um plano para eliminar a população de cobras na ilha com ajuda de mangustos – Foto: Xataka/Reprodução/ND

Desastre para erradicar as cobras de uma ilha 36a15

O motivo do plano ter se tornado um desastre pode ter sido motivado pelos hábitos dos mangustos. Ativos durante o dia, eles não conseguiram capturar as cobras habu noturnas, que continuaram representando um risco para as espécies da ilha.

O resultado foi um enorme impacto ecológico. Os mangustos começaram a atacar espécies nativas, incluindo algumas que não tinham inimigos naturais na ilha. Os ataques afetaram a fauna local, especialmente espécies endêmicas e ameaçadas de extinção, como o coelho Amami.

Os predadores errados se tornaram uma outra ameaça, ainda mais perigosa e, em 1993, o Japão criou armadilhas na ilha para controlar a população mangustos. Uma equipe especializada na captura dos animais também foi chamada.

Registros mostraram que o último mangusto foi capturado no mês de abril de 2018. Em setembro, o Ministério do Meio Ambiente do Japão declarou a erradicação dos mangustos não-nativos da Ilha Amami-Oshima.

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